Eu, personagem

24/02/2013 10:07

 

É triste dizer isso, mas a raça humana morre um pouco a cada dia. Morre em esperanças, em sonhos, em ideais, em amor, confiança, em perspectivas e em qualidade de vida. Apenas uma ínfima minoria se atreve a correr os riscos de aventurar-se por caminhos de esperança e libertação.

Quando vemos os jovens caminhando apressados indo para as escolas e faculdades, que mundo encontrarão ao se formarem? Executivos, correndo de um lado para o outro, tomando decisões o tempo todo, operários trabalhando… Um conglomerado de aflitas existências, que buscam firmar seus lugares, garantindo um espaço na batalha pela sobrevivência. Somos seres humanos receosos, tensos, preocupados com o que a aproximação de uma nova pessoa pode representar: uma ameaça, um interesse, uma companhia, um aliado ou um inimigo pronto para disputar qualquer coisa. As relações humanas estão se dando única e exclusivamente por necessidade. Uma necessidade forçada e obrigada pelas circunstâncias.

As pessoas de hoje buscam isolar-se, distanciar-se dos demais, seja física ou psicologicamente. Ou podem ter um grupo relativamente grande de amigos e ser simplesmente uma imagem forjada, uma máscara que nunca revela seu interior, que jamais se arrisca a expor seu verdadeiro eu, mantendo-se em um grupo apenas para usufruir das vantagens sociais que as pessoas podem vir a oferecer-lhe, ou simplesmente de uma companhia. Uma companhia com o qual procurará esquecer o vazio interior que possui.

Assim como os animais aprendem a se defender dos predadores, as pessoas constroem suas camuflagens. Dependendo do cenário ou das circunstâncias, as máscaras variam, podendo manter a aparência de pessoa forte, séria, segura, auto-suficiente ou intelectual, outras mais sedutoras, singelas, delicadas, misteriosas e dominadoras. Até a alegria pode resultar em uma paródia, uma representação em que o público acaba sendo, quase sempre, o próprio ator.Liberte-se dos paradigmas e das amarras sociais. Busque sua verdade interior.